2014Editorial

Falsos olheiros vivem de sonhos alheios

Kátia Sleide Editora-chefe
Kátia Sleide
Editora-chefe

A maioria dos atletas das categorias de base do futebol sonha atuar nos maiores times do Brasil e do mundo. Para isso, investem nas competições e tentam dar o melhor de si. O caminho é cheio de percalços e apenas uma pequena parcela chegará lá. Não necessariamente faltem técnica, raça ou bom futebol aos que não conseguem. É que não há espaço para todos, sabemos bem disso.

Em muitas situações, são anos de sonhos, investimentos, promessas, idas e vindas e parece que nada acontece. Por isso é que todos devem estar preparados para dar o melhor de si também como cidadãos e o estudo é primordial. Caso um jovem atinja a maturidade e não tenha alcançado seu sonho de ser jogador de futebol, no mínimo, será um homem/mulher de bem.

Nesta semana, falarei de um assunto que é um tanto delicado: peneiras. Não quero me desfazer de nenhuma que ocorre no Distrito Federal, mas desejo chamar a atenção de pais, técnicos e atletas para dois aspectos negativos que podem ocorrer nessas “avaliações”. Vejam bem, quero dizer “podem” e não estou afirmando que “ocorrem”.

Um dos aspectos é com relação a um grande número de “olheiros” que se aproveitam do sonho dos nossos jovens para faturar em cima deles. Falo dos que cobram um valor exorbitante por atleta, reúnem, às vezes, mais de 150 jovens para avalia-los em um só fim de semana. Desses, escolhem uns oito para que passem uma semana em observação nas dependências do clube. Depois, devolvem os atletas, deixando-os na espera eterna. E fazem o mesmo em outros estados e durante todo o ano.

O segundo fator negativo é com relação aos falsos olheiros, como o caso de um “empresário” que tirou vários jovens do Ceará e os levou para São Bernardo do Campo-SP, onde eles ficaram em um alojamento, sem comida, sem cama e sem higiene. Pessoal, isso é um risco muito grande. Em grandes clubes, já houve denúncias de atletas que passaram por situações humilhantes. Imagine o que pode acontecer entregando-os a qualquer um.

Respeito o trabalho que é feito por muitos aqui e não citarei nomes para não causar constrangimento aos demais. Mas não acreditem em “peneiras” que aglomeram um grande número de atletas para serem avaliados em apenas um fim de semana. Sabemos que a melhor maneira para se fazer isso é com observação técnica, feita por profissionais, muitas vezes contratados pelos clubes como uma espécie de “caça talentos”.

Em um mundo onde o respeito pelo próximo é quase escasso e que tem tantas pessoas maldosas querendo se aproveitar do sonho alheio, não custa nada ficar atento, questionar o que está sendo feito e o mais doloroso: dizer “não” quando achar que seu filho pode estar apenas alimentando o bolso de quem não tem comprometimento com o sonho dele.

“Sonhar é bom e também ajuda a alimentar a alma do ser humano. Mas não se deve deixar a vida passar para viver somente de sonho”

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