A karateca Larissa Oliveira, 11 anos, saiu do Cruzeiro para fazer bonito no Brasileiro de WKA, em MG
Jeito tímido, olhar firme, sorriso discreto. Quem vê Larissa da Silva Oliveira, dificilmente imaginará que ela é uma fera nos tatames. Com apenas 11 anos, a talentosa moradora do Cruzeiro Novo tem um currículo invejável no karatê.
As conquistas de Larissa Oliveira são muitas e a última ocorreu em Uberaba-MG, entre os dias 7 e 9 de setembro, pelo Campeonato Brasileiro de WKA, em que voltou com dois ouros e uma prata – 1º lugar no estilo Kumite; 1º lugar no Kata, em sua categoria, e segundo, na categoria acima. “Para cada brasileiro que ela ganha, é convidada para o
mundial, mas, infelizmente, ela não conseguiu viajar, por falta de recursos”, conta a mãe, Cristina Oliveira.
Neste ano, o mundial é na Flórida-EUA, de 22 a 29/9. “Vamos batalhar para que a ela consiga participar nos próximos anos. Enquanto isso, ela vai adquirindo experiência”, diz Cristina.
O sucesso de Larissa é sinônimo de seu esforço. Ela começou no karatê em fevereiro de 2007, aos seis anos de idade, visando à defesa pessoal, e se apaixonou pela modalidade, principalmente por causa do fator concentração.
A atleta conta que o ritmo é bem puxado. “Segundas, quartas e sextas-feiras, treino Uechiryu, com o sensei Gustavo Sampaio, no Guará. Terças, quintas e sábados, é o Shotokan, no Colégio Militar, com o sensei Agnaldo Caetano”.
Apoio
Manter o ritmo de treino é complicado. Não apenas pela questão física, mas, principalmente, por falta de recursos financeiros. Desde 2008, Larissa conta com o patrocínio da Poupex. “O dinheiro que vem da Poupex é que a mantém no karatê. A gente paga a academia, acessórios, materiais esportivos e outras despesas. E muitas vezes, quando ela precisa viajar, também já conseguimos que eles ajudassem. Ou seja, é o melhor patrocínio dela”, revela a mãe.
A família agradece a sensibilidade do patrocinador, mas conta que não é o suficiente, pois tem muitos outros gastos e a cada competição, o custo é grande: passagens, hospedagens, inscrições, alimentação. Todas as vezes que há competições fora, a correria da família é grande na busca de outros patrocinadores e apoiadores.
Da última vez, alguns empresários ajudaram para que ela participasse do brasileiro, em Uberaba-MG. “Sempre fazemos uma carta apresentando o currículo. Saio nos comércios para pedir ajuda e vamos levando dessa forma”, conta o pai, Jorge Luiz Santos de Oliveira.
Sensibilidade
A iniciativa do pai deu certo. Ele levou a carta e o currículo de Larissa para algumas empresas e quatro se sensibilizaram com a causa dela: Paulo Octávio Imobiliária, Gran Cursos, Puro Pano e Restaurante Allberg, do Cruzeiro. “Fiquei muito feliz por esses empresários terem nos retornado. Só temos a agradecer essas pessoas que abraçam a causa da minha filha. Eu sempre vou continuar correndo atrás, pois o que eu puder fazer para ajuda-la, farei”, diz o pai.
Segundo Luiz, as dificuldades são muitas, mas vale a pena pelo esforço da filha. “Vejo a dedicação dela e o sacrifício. Dorme tarde, acorda cedo e está sempre determinada. Então, farei o que for possível para ajuda-la”.