KÁTIA SLEIDE
Que somos um país apaixonado por futebol, ninguém duvida. Mas há de reconhecer, também, que entre as modalidades esportivas, a capoeira é a mais brasileira. E foi acreditando nisso que Mariangela Araújo, a Mari Jow, 35 anos, foi até a cidade de Bacu, na República do Azerbaijão, para trazer a medalha de ouro do 1º Campeonato Mundial de Capoeira.
Mari Jow não foi campeã por acaso. Ela abandonou 13 anos de balé e jazz para se dedicar à capoeira, o que faz há mais de 15 anos. “O toque berimbau e o axé das pessoas nas rodas me encantaram e tudo que faço, procuro ser a melhor. Com a capoeira não poderia ser diferente”, diz a medalhista.
A atleta revela que sempre sonhou subir no pódio e ouvir o Hino Nacional Brasileiro, principalmente com alguma conquista por meio da Capoeira. “Quando soube do campeonato, tiver certeza que me daria bem. Jamais pensei que uma gringa levaria a medalha de ouro”. Moradora de São Sebastião, ela faz parte da Associação Cultura Gingado Capoeira, do mestre Pablo. Os treinos ocorrem na Aruc, às terças e quartas-feiras.
O próximo mundial será em 2015 e Mari Jow terá de defender o título. Neste ano, ela viajou com a ajuda da Secretaria de Esporte, por meio do Programa Brasília, da Secretaria de Esporte, que tem como principal objetivo incentivar a participação de atletas de alto rendimento das diversas modalidades esportivas em campeonatos nacionais e internacionais.
Além da ajuda governamental, Jow, que não tem patrocínio, também contou com ajuda de duas empresas que funcionam em São Sebastião: Tio Juca Animações e Reset Resoluções em TI. “Sou muito grata ao governador Agnelo Queiroz e ao secretário de Esporte, Júlio Ribeiro. Se não fosse o GDF, não teria viajado e conquistado esta medalha. Não posso esquecer também dos empresários de minha cidade e da Administração de São Sebastião. Eles acreditam em mim e deu muita força para essa conquista”, diz Mari Jow.
Responsabilidade
A capoeirista se assustou quando soube que teria de custear as passagens para a República do Azerbaijão, mas correu atrás e conseguiu. Mas essa não foi a maior dificuldade que enfrentou. Segundo ela, quando chegou à competição e percebeu que era a única brasileira, a responsabilidade pesou. Mas como sempre foi decidida, sabia que não faria feio.
Ela fez bonito e também ficou muito contente com o desempenho da categoria adulto masculina. “O pódio masculino adulto foi todo brasileiro, destacando-se em primeiro lugar o contra-mestre Juninho, natural de MG, mas que mora
“A delegação brasileira era grande, mas eu fui a única que saiu do Brasil. Os demais moram fora, em países próximos à competição”, conta.
A capoeirista já está focada no próximo mundial. Ela sabe que a responsabilidade é grande, mas garante que irá defender com unhas e dentes o título brasileiro. “A capoeira é nossa e o primeiro mundial ocorreu fora daqui. Mas não tem problema, eu vou me preparar para manter a conquista também em 2015. Sempre fui muito determinada no que faço e não tenho dúvidas de que o Brasil estará no lugar mais alto do pódio”, finaliza Mari Jow.
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