Desde que decidiram construir um estádio pomposo em Brasília nos deparamos com várias inferências sobre o histórico do futebol do Distrito Federal. Os mais críticos alegam que não há neste pequeno quadrado uma movimentação com a redonda que justifique tamanho custo.
Por outro lado, o governo sempre defende a construção do gigante justificando que é uma multiarena, que irá sediar eventos culturais de grande porte e que o mesmo trará outros jogos importantes, como é o caso do duelo entre Santos x Flamengo, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, que recebeu 63 mil pessoas. O confronto em questão resultou em uma renda de R$ 6,9 milhões e bateu o recorde nacional.
Para quem vai essa renda? Para pessoas que nada contribuem com o futebol local. Mas todo esse mal estar será esquecido logo, logo. Mas tomara que sirva de alerta para os brasilienses, pois, pelo andar da carruagem, os tais grandes eventos que poderão ser realizados no Gigante do Cerrado serão para poucos. Se uma partida de futebol, algo tão popular no Brasil, teve toda essa movimentação de milhões e sem ninguém assumir ao certo para onde vai o dinheiro, imagine o que irá ocorrer no quesito cultural.
Mas quando se fala em futebol no Distrito Federal, não se pode esperar muito. De acordo com matéria publicada no Jornal de Brasília, uma fonte informou ao veículo que, provavelmente, “a renda será dividida entre o empresário Wagner Abrahão, que faz parte do grupo Águia, que serve a Confederação Brasileira de Futebol, e o ex-presidente da Federação Brasiliense de Futebol, Fábio Simão, que teria agido como o principal intermediador. A federação daqui recebeu 5%. O restante ficou entre Simão e Abrahão. Ainda de acordo com a matéria, o empresário pagou R$ 800 mil ao Santos para o jogo ser realizado no Mané Garrincha e mais R$ 200 mil à Federação Paulista de Futebol (FPF).
É por isso que recebemos críticas de todos os lados. Temos muitos craques nesta região, mas não temos times de ponta. E os mesmos culpam a falta de apoio. E quem poderia brigar por isso deveria ser a FBF, mas brigar pra quê, se o interesse está apenas nas cifras fáceis que podem vir do nosso combalido histórico futebolístico, que acaba nos empurrando, goela abaixo, esses eventos esportivos a preços de ouro?
Somos reféns de um grupo que nada faz para contribuir com o esporte na cidade. Triste sina.