Natural de São José dos Campos, o paulista Rafael dos Santos Júnior sempre teve ligação com o futebol. Nos anos 1980, jogou nas divisões de base do São José Esporte Clube. Na mesma década, veio para Brasília, onde atuou como goleiro no extinto Tiradentes, time profissional mantido pela Polícia Militar do DF.
Rafael também se aventurou em campeonatos amadores do Distrito Federal, onde ganhou vários títulos de melhor goleiro. Mas seu grande destaque é o trabalho com as crianças, que começou há 17 anos, no Centro de Ação Integral à Criança (Caic), em Santa Maria, onde dava aulas de futebol para crianças carentes.
O preparador de goleiros também treinou atletas da franquia inglesa Planalto Liverpool, mas atualmente é peça importante na franquia Meninos da Vila-DF. “Com os professores Flávio Bastos, Betinho e Wando compartilho a descoberta de novos talentos para o futebol brasileiro. Uma equipe que dispensa comentários”, revela o preparador.
Rafael Júnior também coordena a escolinha de futebol no Residencial Santos Dumont, em Santa Maria. “Lá, sou técnico e preparador de goleiros. Procuro passar aos meninos que se aventuram a jogar com as mãos que a carreira de goleiro exige muito empenho, pois, geralmente, ele só será lembrado quando falhar”.
Reivindicação
O preparador chama a atenção dos governantes para o esporte amador. Segundo ele, há anos, as medidas de incentivos são apenas midiáticas e de cunho eleitoreiro. “Os profissionais que dispõem de recursos para desenvolver a inserção social, muitas vezes, são ignorados e substituídos em projetos governamentais por pessoas sem capacitação ou qualquer tipo de engajamento no setor”, alerta o professor.
Para ele, faltam ações permanentes. “Se chegamos até aqui, com todas as dificuldades, é porque temos algo sólido. Nossa intenção não é passar com o pires na mão, e, sim, compartilhar nossas experiências. Para isso, precisamos contar com melhores estruturas e cabe aos governantes nos ofertar”, acredita.