Driblar dificuldades não é tão simples quando o trabalho passa despercebido
Praticar esporte é levar o espírito competitivo a situações extremas, de momentos felizes e também tristes, que se entrelaça com situações de bom e mau humor e vale mais enaltecer o lado positivo das coisas, como a escolinha de futebol que funciona na QNJ, em Taguatinga Norte. O nome é bem humorado – Bobeou a Gente Pimba –, embora não reflita as dificuldades que passam.
A escolinha foi criada há cinco anos, por Carlos Aberto dos Santos Mesquita, conhecido por Pimba, daí o sugestivo nome de batismo. Ele trabalha há 14 anos com as categorias de base. Além dele, Waldiney Bonfim, diretor de esporte, ajuda com os atletas.
Quando começou, o campo ainda era de terra.
Ganhou força com o Instituto Comunidade Participativa, uma organização não governamental, com sede em Ceilândia Sul e alguns “braços” espalhados em outras regiões. “Um amigo trabalhava no ICP e nos deu uma grande força para começar. O instituto nos ajudou por um bom tempo, mas não conseguiram mais”, conta Carlos Alberto, idealizador da escolinha.
Se com a ajuda do ICP, as dificuldades já eram muitas, ficou ainda pior. Falta material esportivo, dinheiro para inscrever os times em campeonatos, transporte, lanche e outras necessidades.
“A Associação de Moradores da QNJ, por intermédio da Pelada do Adão, ajuda como pode com doação de material esportivo. Mesmo assim, é muito pouco diante das necessidades dos atletas”, diz Carlos.
Apoio
O técnico acredita que o Governo do Distrito Federal poderia olhar com carinho para as escolas de futebol de base. “Precisamos de uniformes, bolas, material esportivo, alimentação (lanche). Deveriam ver o trabalho que a gente faz com essas categorias”.
Além das dificuldades materiais, há uma grande preocupação com relação à segurança de todos. “Nessa área, os meninos são muito assediados pelo tráfico. Tem muita coisa ilícita acontecendo bem perto deles”, conta um dos moradores da região Lauro Brito.
A preocupação é pertinente, pois Carlos Alberto relata que já houve caso de aluno da escolinha que passou por situação de risco. “Um dos nossos acabou indo para o outro lado, mas já voltou. Graças a Deus ele viu que do lado de cá ele estará bem melhor”, diz o técnico.
Sucesso
Carlos Alberto sabe que se houvesse mais ajuda, muitos atletas estariam em situação melhor. “Temos alunos que estão no Brasiliense, dois foram para os Estados Unidos, levados por um representante do Chelsea, e outro está no Barueri”.
Torneio
No dia 21 de julho, as categorias Infantil e Juvenil participaram de um torneio em homenagem a um morador da região, que faleceu no dia 15/7. Antônio Garcia Muralha, torcedor do Vasco-RJ e um apaixonado pelo futebol. Ele sempre foi um grande incentivador do esporte amador na região. A competição envolveu vizinhos, entre eles Antônio Alves, que conseguiu a premiação com o deputado Benedito Domingos.
Contato
Para ajudar o projeto ou se inscrever na escolinha, basta entrar em contato pelo telefone: 8473-3652 (Carlos Alberto).
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