Ela vai brilhar na Itália

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Rayane Rodrigues, a Robinha, está deixando o Minas Icesp Brasília para atuar no Vip Tomolo, equipe de futsal italiana

Kátia Sleide

O sonho de jogar fora do Brasil se confirmou para Rayane Rodrigues, a Robinha. A atleta do Minas Icesp Brasília, 24 anos, já figurou em quadras nacionais, coleciona títulos importantes no futsal e no campo e agora está embarcando para um novo desafio. Atuar no Vip Tomolo, equipe italiana.

Em Brasília, Robinha jogou no Cresspom, no Paranoá, Ascoop e, atualmente, abrilhantava o elenco do Minas Icesp Brasília, tanto no futsal quanto no campo. Ela também atuou em equipes de Santa Catarina: Jaraguá do Sul, Criciúma e Barateiro Brusque.

Rayane Rodrigues começou a trilhar o caminho do sucesso aos 7 anos, na Escola do Paranoá. Foi lá onde tudo começou. “Foi na Escolinha do Paranoá que comecei a sonhar ser uma jogadora de futebol. Eu tinha um técnico chamado Venilson e ele me carregava para todo canto. Eu treinava de domingo a domingo e ele sempre me incentivou”, comenta a atleta.

E fala também da gratidão e do carinho pelo técnico do Cresspom, Edison Silva, o Tio Chico, e o presidente do clube, Pedro Carvalho. “Tio Chico e o Carvalho sempre foram dois pais para mim. Eles também fazem parte da minha história”, destaca Robinha.

Após brilhar nos campos e nas quadras do DF, Robinha teve a oportunidade de ir para Santa Catarina. Ela conta que quando atuou pelas equipes catarinenses, ganhou todos os títulos possíveis na época, mas que também foi lá que viu sua qualidade técnica se aperfeiçoar. “Quando fui para o Barateiro Brusque, cresci muito como atleta e como pessoa no futsal. “Ganhei todas as competições possível dentro do futsal”.

Jogando fora de casa, a atleta tinha o sonho de voltar para Brasília e ajudar para que o nome da capital também se destacasse no topo da modalidade. “Queria voltar para Brasília, porque tinha o sonho de ver uma equipe da cidade na ponta de cima do cenário do futsal feminino”.

Para voltar à capital, Robinha contou com a ajuda de Camila Orlando, ex-jogadora, que hoje tem um projeto de futsal e futebol para meninas em Brasília, a Coaff. “A Camila Orlando foi uma pessoa que esteve ao meu lado no momento em que mais precisei. Ela me ajudou muito mesmo. Sempre correu atrás dos meus sonhos junto a mim e nunca me deixou desistir. Ela foi uma das pessoas que mais me incentivou a jogar bola”, lembra Robinha.

Quando voltou para Brasília ainda contou com a receptividade do Minas Icesp Brasília, que abriu as portas para que ela brilhasse na equipe. “Não posso deixar de destacar minha atual equipe, o Minas Icesp Brasília, que me acolheu quando eu voltei para cá. Agradeço muito à Nayeri e à Nayara Albuquerque, irmãs gêmeas dirigentes da equipe, por terem me dado a oportunidade de jogar na equipe delas”.

Para Robinha, atuar na equipe foi um grande “privilégio” e um “orgulho imenso ter representado essa camisa”. “E mais privilégio ainda é ter ajudado Brasília a chegar no topo do futsal feminino e no campo, que somos atuais campeãs do Brasileirão A2 e, com isso, disputamos, neste ano, o Brasileirão A1. Sou realizada por ter representando essa camisa, esse manto”, comenta, emocionada, Robinha.

Ela conta que deixar a equipe está sendo muito difícil. “Meu coração está em lágrimas por ter de deixar o Minas Icesp Brasília, ter de deixar as loiras”. Porém, a atleta sabe que esse passo é necessário para que ela brilhe lá fora.

“Hoje, ainda não realizei meu sonho de jogar na seleção brasileira, mas estou realizando outro, que é jogar na Europa. Todo mundo que é atleta sonha com isso. Hoje, graças a Deus, estou realizando esse sonho. Estou muito feliz, pois batalhei muito, treinei muito e hoje estou recebendo essa oportunidade”.

Segundo ela, todas as pessoas que passaram em sua vida foram muito importantes para que isso esteja acontecendo agora e, por isso, faz questão de agradecer: “Sou muito feliz e deixou meus agradecimentos à Dani, do Barateiros; à Camila Orlando, da Coaff; ao Vitor, do Jaraguá do Sul; às treinadoras desportivas Mariana Nascimento e Viviane Santos; ao Tio Chico e ao Carvalho, do Cresspom; à Monaliza Souza, do Capital Futsal; e muito, mas muito mesmo, à Nayeri e Nayra Albuquerque. Para mim, Nayeri, Nayara e Camila Orlando são minhas inspirações. Também deixo aqui meus agradecimentos a todos da comissão do Minas Icesp Brasília e a todas as pessoas que estiveram comigo no Minas Icesp. Falei para eles que isso não é um adeus, mas um até breve. Espero voltar para Brasília e encerrar minha carreira na equipe”, se emociona Robinha.

Uma história de amor e dedicação ao esporte

Rayane Rodrigues conta que quando começou a jogar futebol, sonhava ser uma “Marta”, como todas as garotas que amam o futebol. E com ela, não foi diferente. “Eu queria ser a melhor do mundo. Sonhava com aquilo. Queria jogar na seleção, representar meu país, nossa Nação. Queria que minha família e o Brasil inteiro sentissem orgulho de mim”.

 

Em busca de realizar os sonhos, Robinha treinava muito assistindo à Marta jogar. Assim como também fazia com o outro ídolo, que é o Robinho. “Quando eu era mais nova, me espelhava no Robinho. Tanto que meu apelido veio dele. Eu pedalava igual a ele, que era minha inspiração também”, lembra a atleta.

A atleta nunca desistiu dos seus sonhos e faz questão de destacar a importância de batalhar para realizar os objetivos. “A gente tem de lutar, correr atrás, treinar e manter o foco. A gente não pode desistir. Por muitas vezes, acreditei que era um sonho impossível e nunca deixei de lutar, de acreditar. Hoje, me sinto realizada em estar indo para a Itália, jogar e estudar. Fazer o que mais amo”.

Rayane deixa um recado aos atletas: “Quando você quer alguma coisa mesmo, tem de correr atrás. Não desista, lute até o fim, treine bastante. A gente precisa de foco. Muitas vezes, deixei de sair com meus amigos, de estar com minha família para estar em casa descansando para um jogo no outro dia cedo”.

E foi nessa toada que ela conseguiu colher os frutos do que plantou: “É assim: a gente acaba abdicando de algumas coisas para, mais à frente, colher o que a gente planta. Hoje, me sinto muito realizada no futsal feminino. Como atleta, fui campeã da Liga Nacional, da Taça Brasil Sub-20, da Taça Brasil Adulto, dos Jogos Escolares, da LDU, dos Jogos Universitários Brasileiros, do Campeonato Brasiliense, do Catarinense (Sub20 e Adulto). Sou realizada como atleta por ter conquistado esses títulos. Só tenho a agradecer a Deus por tudo isso”.

Eternamente grata

Robinha enaltece a importância da família em sua caminhada: “Agradeço, primeiramente, a Deus, e depois a minha família, que sempre esteve ao meu lado durante todo esse tempo. Principalmente, minha irmã, que nunca me deixou desistir. Meus primos, que constantemente estão nos jogos me apoiando. E a todos os meus amigos que estiveram ao meu lado. Estou realizando esse sonho, estou muito feliz e espero que muitos atletas consigam realizar esse sonho de estar jogando na Europa e fora do Brasil”.

Agradece mais uma vez à Viviane Santos, sua treinadora desportiva. “O atleta precisa de uma pessoa para acompanhar seu desempenho para entrar nos jogos sempre 100% concentrado. Agradeço a ela, por ter me ajudado. Eu evoluí bastante com a Viviane”.

Assim como também não esquece de agradecer às pessoas que deram a oportunidade de jogar na Itália. “Agradeço à Marta e à Monacita, por me darem essa oportunidade de jogar na Europa. Lá, vamos disputar a Serie A1 do Italiano. Primeiro ano da equipe na série A1 e espero voltar para Brasília realizada, com o dever cumprido e com muita bagagem nas costas”.

E finaliza: “Obrigada, por me dar esse espaço e estar acompanhando um pouco da minha história. A gente se vê em breve. Espero voltar para Brasília com o título. Um beijo, fique com Deus e muito obrigada”, se despede Robinha.

Fotos: Campina/Galera na Foto

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