Samambaiense celeiro de craques

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Projeto que funciona em Samambaia desde 2007 forma atletas e cidadãos de bem por meio do futebol

Criada em julho de 2007, a Associação Cultural e Esportiva da Comunidade Samambaiense nasceu com o objetivo de organizar eventos culturais e esportivos em Samambaia. Poucos meses depois, surgiu a vertente voltada para o esporte, com o nome de Samambaiense Associação Esportiva. O professor Cássio Chastinet Estevam é o idealizador do modelo.
Com o objetivo de educar por meio do esporte e proporcionar a interação das crianças e jovens de Samambaia por meio do futebol, a equipe atende atualmente aproximadamente 100 alunos, nas categorias Fraldinha, Pré-Mirim, Mirim, Infantil, Juvenil e Juniores.
O responsável pelas atividades da escola de futebol é o professor Cleo Souza de Albuquerque (CREF 008041-G/DF), formado em Educação Física e especialista em futebol de campo e futsal.
Cleo conta que o projeto não tem fins lucrativos. Segundo ele, o grupo adotou a disciplina como moeda. “O garoto vai com seu pai ou responsável, apresento-me, conheço os responsáveis, passo a eles toda a forma de trabalho e faço o cadastro do aluno. A única exigência é o uso do uniforme para distinguir e não haver discriminação entre os alunos, já que todos estarão no mesmo padrão, e também para facilitar o acesso às escolas, clubes e ginásios onde por acaso nos apresentaremos”.
O projeto é simples, assim como a forma de trabalhar, mas o professor se orgulha de ter recebido em seu projeto atletas que atuam no futebol brasiliense e brasileiro. “Temos também atletas que jogam fora do país, o que nos deixa muito orgulhosos”, comenta o professor Cleo Albuquerque.

Atletas de alto rendimento

O Samambaiense tem várias conquistas no futebol: campeão da Copa Integração, em 2013, Jisesc e Sequinho, em 2014 e 2015; vice campeão da Copa HC, em 2014 e 2015; quinto colocado na Copa União, em 2015. Além dos títulos e das boas colocações em várias competições que ocorrem no Distrito Federal, o projeto também forma atletas de alto gabarito que são cedidos para outros clubes. “Temos orgulho em ceder atletas a equipes como Brasília Futebol Clube, Legião Esporte Clube, Clube da Saúde, PVM e outros que participam de competições mais qualificadas e fora de Brasília”, conta o professor.
As aulas de futebol ocorrem às terças-feiras, das 18h às 22h, no campo sintético da quadra 206. Anteriormente, eles utilizavam a quadra polivalente do CEF 404, de segunda a sábado, mas devido às péssimas condições do local, as aulas foram inviabilizadas. “Pleiteamos junto à administração mais espaços e esperamos ser atendidos, pois nosso trabalho é conhecido e rende frutos”, reclama Cleo Albuquerque.

Sem Verba e sem valorização

O Samambaiense não conta com nenhum patrocínio, o que dificulta a participação em competições mais renomadas. “Não recebemos nenhum tipo de apoio do governo, nem federal, nem distrital. Sem esse aporte financeiro tudo fica mais difícil”, conta Cleo.
Mas não é apenas a falta de recursos financeiros que deixa os envolvidos no projeto decepcionados. Segundo o professor, a ausência de grande parte dos pais também preocupa. “Uma coisa que me chateia é que os pais não dão o devido valor à nossa proposta. Só vão aos jogos nas finais e às vezes nem isso”.
Ele conta que muitos, quando o aluno comete alguma falha, a primeira coisa que faz é tirar o futebol. “Tem de tirar é o celular, o vídeo game e a internet. Se o pai não der importância ao esporte, porque o filho dará? Quando faz isso, ele prejudica o time, os colegas e faz com que o aluno não se acostume com a disciplina e a responsabilidade”, acredita o professor.
As dificuldades são enormes, mas não tiram do professor a força para continuar trabalhando com as crianças e jovens de Samambaia por meio do esporte. A esperança é que um dia, tanto os governantes quanto os comerciantes locais entendam que é preciso formar cidadãos de bem e o esporte é e sempre será uma ferramenta de grande potencial para isso.

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