Polícial Civil disputará Brasileiro de Karatê

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Servidor treina nas horas vagas e, mesmo sem patrocínio, é medalhista em diversas competições. Foto: Agência Brasília
Servidor treina nas horas vagas e, mesmo sem patrocínio, é medalhista em diversas competições. Foto: Agência Brasília

Inserido no mundo das artes marciais desde os 13 anos, e dedicado exclusivamente ao caratê há 15, o escrivão da Polícia Civil do Distrito Federal Luiz Alfredo Fernandes Jales, 44 anos, é campeão brasiliense da modalidade e prata no Campeonato Brasileiro, disputa de que ele participará, mais uma vez, em novembro.

“Minha expectativa é fazer um bom combate, lutar com lealdade e colher os resultados que são frutos de um trabalho de dedicação e esforço. Estarei nessa competição representando a Polícia Civil, a Federação (Brasiliense de Karatê Interestilos) e todos os que acreditam em mim”, destacou hoje em entrevista à Agência Brasília.

Atleta nas horas vagas, Jales treina três vezes por semana quando não está na Coordenação de Repressão a Homicídios, na qual integra o projeto “Ação Imediata”, que reduziu em seis meses 57% os homicídios no Paranoá.

Os treinos, que duram 1h30, são feitos em uma academia particular em Taguatinga ou juntamente à seleção brasiliense, esforço que lhe rendeu o título de faixa preta e sete medalhas em competições nos últimos cinco anos: uma de ouro, duas de prata e quatro de bronze.

Apesar de não contar com patrocínio e enfrentar problemas com lesões musculares, Jales não desiste do seu objetivo de tornar-se campeão brasileiro de caratê interestilos, na modalidade Shiais Kumite, que exige menos contato físico entre os competidores.

“Os atletas profissionais treinam em média 5h por dia e têm acompanhamento médico. Nós, que treinamos de forma amadora, vamos nos virando em horas vagas e, mesmo com todas as dificuldades, temos trazido bons resultados”, ressaltou Jales.

Para o escrivão, o caratê faz parte de um estilo de vida saudável e tornou-se a paixão não somente dele, mas de toda a família. Ele tem um filho de 22 anos, também faixa preta, e um de 16, que já possui faixa roxa (duas antes da preta).

“Sinto-me completamente realizado com o caratê e pretendo praticá-lo até quando estiver mais velho. Tenho uma profissão em que o risco e o stress fazem parte do dia a dia, e o esporte funciona como uma válvula de escape que melhora a minha saúde física e mental”, lembrou.

Antes do caratê, o atleta praticou kung fu, judô, jiu-jitsu e taekwondo.

PREPARO – O Campeonato Brasileiro de Karatê Interestilos será realizado entre os dias 1º e 3 de novembro, em Fortaleza (CE), e contará com atletas de todas as regiões do país.

Focado nessa competição, Jales, que ficou cerca de três anos afastado do esporte por conta de lesões, treina a todo vapor, conforme revela o mestre Reginaldo Vital da Nóbrega, faixa preta 7º DAN – maior graduação do caratê no DF.

“Ele passou por algumas contusões e lesões, e não desistiu. Ele tem uma determinação muito boa e está participando dos treinamentos, que têm sido cada vez mais puxados, como parte do nosso trabalho de pré-temporada”, explicou.

De acordo com Nóbrega, a Categoria Master, na qual o servidor da PCDF competirá, é formada por caratecas de 35 a 44 anos e reúne os atletas mais experientes da modalidade e, por isso, exigirá maior esforço do competidor brasiliense.

Campeão Panamericano 2013 e presidente da Federação Brasiliense de Karatê Interestilos (FBKI), Marcos Dutra acompanha os treinamentos e acredita que Jales tem grande chance de vencer:

Os resultados mostram que ele está se saindo cada vez melhor nas competições. Ele tem crescido muito ao longo do tempo e, como somos da mesma categoria, se lutarmos, ele pode até ganhar”, brincou.

Embora o escrivão não receba incentivos financeiros, Dutra explicou que a Secretaria de Esportes disponibiliza à FBKI ajuda com transportes em determinadas lutas, fator que, de acordo com ele, ameniza as dificuldades de atletas como Jales.

 EXEMPLO – O servidor está na PCDF desde 1991 e ganhou a admiração dentro da corporação pelos títulos conquistados e pela força de vontade que para superar os obstáculos tanto da falta de patrocínio como da ocorrência de lesões.

Para a titular da Coordenação de Repressão a Homicídios, Rosana Gonçalves, todo o esforço de Jales dentro dos tatames também se reflete no trabalho na polícia, o que, segundo ela, estimula toda a equipe.

“Essa determinação é sempre positiva porque acaba refletindo no dia a dia do trabalho. Procuramos sempre estar apoiando, conciliando horários de trabalho, tudo dentro das nossas possibilidades para ajudá-lo”.

Rosana acrescentou ainda que “a energia do Jales contagia toda a equipe, que acaba virando uma torcida para que ele alcance os objetivos de vencer uma competição”.

 SAIBA MAIS – A modalidade escolhida por Jales, o Shiai Kumitê -ou luta de competição- é um combate com duração fixa de três minutos, em um tatame com dimensões de 8X8 metros.

Nesse tipo de luta, os golpes só podem atingir o abdômen, peitoral ou a cabeça do adversário.

A disputa possui como pontuação o waza-ari (meio ponto) ou ippon (um ponto).

Embora a luta tenha tempo específico de duração, algumas terminam com apenas 15 segundos de combate devido às estratégias usadas pelos atletas. Fonte: Agência Brasília

 

 

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