O encontro que ocorreu na universidade Católica, é considerado uma grande celebração da mente e das gerações
Por Giovanna Reis
Neste sábado (17), a concentração era tanta que dava pra ouvir o som do pensamento! O ginásio da Universidade Católica virou um verdadeiro tabuleiro durante as Olimpíadas da Ceilândia, com mais de 150 atletas, de crianças curiosas a veteranos cheios de histórias disputando cada movimento no jogo de xadrez.
O clima era de respeito e tensão, mas também de muita empolgação. Entre um lance e outro, o pequeno Davi, de apenas 10 anos, mal conseguia esconder a ansiedade, “É minha primeira Olimpíada! Tô muito ansioso, mas acho que tenho capacidade pra ganhar medalha.”
E para quem pensa que tudo isso começou agora, Agnaldo Braga, coordenador da modalidade, lembrou que a paixão da Ceilândia pelo xadrez já vem de longe,“desde 2006 a gente luta por esse espaço. No começo era tudo no braço e no amor. Sem apoio, sem verba, mas com muita vontade. Hoje, ver essa galera toda aqui, com medalhas, camisetas e até lanche… é emocionante.”
O professor Laércio, que pratica o jogo desde os 12 anos, explicou por que esse jogo é tão especial.“É o único esporte em que um garoto de 6 anos pode jogar com um senhor de 70 e os dois saírem ganhando. Isso aqui é um encontro de gerações, uma grande celebração da mente.”
“Aqui joga todo mundo: crianças, idosos, pessoas com deficiência, meninos e meninas. É um dos poucos esportes em que a experiência e a lógica se misturam de um jeito tão bonito. Às vezes quem tá começando ganha de quem joga há anos!”, declara Giovanni Mendes, um dos participantes da modalidade.
Do outro lado do tabuleiro, quem também se emocionava era uma das professoras, que trouxe seus alunos para competir. “Temos 610 alunos na escola, todos aprendem xadrez. A equipe que trouxemos é formada por quem precisa de um apoio a mais, seja por indisciplina ou por serem muito espertos. O xadrez ajuda demais: eles se concentram, respeitam o outro, se sentem valorizados.”