José Pereira, o “Véi da Laranja”, é um personagem conhecido nos arredores das arenas da cidade
Marco Antônio Tchefy
(Especial para o Viver Sports)
Se alguém perguntar quem é José Pereira Silva, provavelmente ninguém saberá quem é esse cidadão. Mas se a procura for pelo “Véi da Laranja”, com certeza, quem acompanha o futebol, amador e profissional no Distrito Federal sabe quem é.
Conhecido nos campos de Ceilândia como “Véi da Laranja”, José Pereira Silva, 70 anos, teve dois grandes divisores de águas em sua vida: A vinda para Brasília e sua mudança de emprego.
Piauiense de Teresina chegou à capital do País em 1976. “Vim em busca de uma vida melhor e fui trabalhar como gráfico. Passei por várias gráficas e fazia de tudo um pouco”, lembra José Pereira.
Ele conta que muita gente ganhou dinheiro com seus serviços, menos ele. Com o passar do tempo, resolveu mudar de ramo. “Meu destino já estava traçado. Adoro o que faço: vendo laranjas e ainda me divirto com os jogos que acompanho”.
Durante 15 anos, o Véi da Laranja vendeu seu produto no Estádio Abadião, em Ceilândia, porém, teve de sair e procurar outros locais. Isso não o desanimou. “Adoro esse deslocamento que faço entre os campos de Ceilândia. Muitos jogadores já chuparam da minha laranja”, brinca o simpático senhor.
Torcedor do Flamengo e do Madureira, time de Ceilândia o qual tem grande admiração, José fala do potencial da cidade quando o assunto é novos talentos. “Ceilândia é um celeiro de craques. Acompanhei de perto muito jogadores famosos aqui da cidade e sou amigo de alguns. Quando algum deles me vê, faz aquela festa: “Veio, me dá uma laranja… dou boas risadas com eles”.
Além dos adultos, ele também é muito conhecido pela criançada, com quem ele faz uma farra aos arredores dos campos. “Também gosto muito dos meninos pequenos que vem pegar laranja aqui. E quando começo a contar minhas histórias, então, é uma festa só. Os garotos adoram”. Em sua opinião, a garotada de hoje está bem mais “esperta” que antigamente, mas ele faz uma ressalva: “os meninos de hoje estão mais sabidos, mas não jogam como os de antigamente”, observa.
Segundo José, “viu muito moleque craque jogar nestes campos da Ceilândia”. E faz referência ao jogador Weverson Costa, atleta de Samambaia que está no São Paulo. “Hoje tem um menino aqui que joga no São Paulo e na Seleção Sub 17. Ele veio me conhecer”, conta sorridente.
O Véi da Laranja se lembra que teve um período em que ficou fora dos campos e diz que sentiu muita falta da resenha. “Gosto de gente, da movimentação das pessoas. Amo o futebol”.
Com 70 anos, quatro filhos e dois netos, o Véi não tem planos para se aposentar. “Quero continuar firme na luta. Ainda não consegui me aposentar, mas também nem quero. Quero mesmo é trabalhar e dar boas risadas.
Essa figura cativa de Ceilândia é a felicidade em pessoa. Simples, humilde, brincalhão. Uma figura que com certeza alegra os arredores dos campos.