O governo do Rio de Janeiro já assinou o contrato para concessão do Maracanã ao grupo de empresas do qual participam a Odebrecht e o empresário Eike Batista. O acordo com o Consórcio Maracanã SA foi fechado na terça-feira e seu extrato foi publicado no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro nesta quarta.
O grupo venceu a licitação pelo controle do estádio no último dia 9. Vai pagar ao governo 34 parcelas anuais de R$ 5,5 milhões para administrar o estádio por 35 anos.
Esse prazo, porém, só começa a contar a partir do momento que o consórcio apresentar ao governo ao menos dois contratos com clubes cariocas acertando a utilização do Maracanã por eles. Caso isso não ocorra em 90 dias, o Consórcio Maracanã SA pode perder a concessão.
O Consórcio Maracanã SA reúne três empresas: Odebrecht, AEG e IMX, de Eike Batista. Juntos, eles entraram como favoritos na polêmica licitação de concessão do Maracanã. Enfrentaram como único concorrente o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado pela OAS SA, Stadion Amsterdam e Lagardere Unlimited.
No dia 16 de abril, o consórcio de Eike e Odebrecht apresentou a melhor proposta financeira para controlar o Maracanã por 35 anos. Já no final daquele mês, o governo do Rio divulgou as notas das propostas técnicas dos dois concorrentes. Eike e Odebrecht novamente apresentaram o melhor plano de administração garantira a vitória na concorrência.
Privatização
A privatização do Maracanã foi anunciada pelo governo do Rio de Janeiro no ano passado. Em outubro, foi apresentada a minuta do edital de licitação. Essa minuta foi elaborada com base em um estudo de viabilidade econômica elaborado pela IMX, de Eike, que se uniu a Odebrecht na concorrência pelo complexo esportivo.
Naquela época, o governo do Estado estimava receber cerca de R$ 7 milhões por ano da empresa que assumisse o Maracanã. Esse valor, assim como todo o processo de privatização já era contestado por políticos e manifestantes, tanto é que a audiência pública para debate da proposta de privatização realizada em novembro teve muita em confusão e protesto.
Isso não abalou os planos do governo, que deu andamento a licitação. Em fevereiro, foi publicado o edital da concorrência. O documento foi contestado duas vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MP-RJ), os quais apontaram favorecimento da IMX, entre outros problemas na concorrência.
O UOL Esporte já noticiou, inclusive, que o presidente da IMX, Alan Adler, negociou a administração de áreas do Maracanã antes mesmo da licitação ser oficialmente lançada. IMX e governo do Rio, no entanto, negaram qualquer acordo prévio.
Administração
O Consórcio Maracanã SA, além de manter e explorar o complexo esportivo, ele terá de fazer obras necessárias para adequar o espaço para a Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada de 2016. É estimado um investimento de R$ 594 milhões no complexo.
Parte desse dinheiro será usado na demolição do Parque Aquático Julio Delamare, Estádio de Atletismo Célio de Barros e Escola Municipal Friedenreich. Todas essas demolição também são contestadas por atletas, treinadores, federações esportivas, políticos e pais de alunos da escola. (Fonte: UOL)