Mineiro de Teófilo Otoni, Fred deu seus primeiros passos no futebol em Belo Horizonte. Foi no Mineirão, que o atacante explodiu no cenário nacional e ganhou reconhecimento. O estádio, de fato, traz boas lembranças para o camisa 9 da Seleção. No total, foram 47 jogos no estádio e 41 gols – dois pelo América-MG, 36 pelo Cruzeiro e três pelo Fluminense. Uma impressionante média de 0,87 gol por jogo.
E nesta quarta-feira, às 16h (de Brasília), contra o Uruguai, pelas semifinais da Copa das Confederações, o goleador fará a sua estreia com a amarelinha no estádio mineiro.
– Sem dúvida eu me sinto em casa. Sou mineiro, joguei no América e no Cruzeiro, sempre jogando no Mineirão e tive grandes momentos aqui. Será a primeira vez que vou jogar no novo Mineirão. O ambiente vai seguir o mesmo. Vai ser mais especial com a camisa da Seleção.
Na última oportunidade em que o time canarinho esteve em Belo Horizonte, no empate por 2 a 2 com o Chile, em abril, o atacante estava machucado e não foi convocado. Na arquibancada, torcedores de Atlético-MG e Cruzeiro vaiavam jogadores dos rivais. Na opinião de Fred, tal situação não vai ocorrer diante dos uruguaios.
– Joguei no América-MG e no Cruzeiro. São duas torcidas que eu tenho um carinho especial. O respeito pela torcida do Atlético-MG é grande. O meu por eles, e o deles por mim. Tenho certeza que se tratando de uma decisão, o povo mineiro vai apoiar a Seleção, todos que estão vestindo essa camisa. Vai ser uma grande festa, como o incentivo que rolou em Porto Alegre, no Rio, em Fortaleza, Salvador. Aqui será a mesma coisa.
Emoção ao lembrar da mãe
Questionado sobre quem gostaria que estivesse no Mineirão nesta quarta-feira, o goleador da seleção brasileira relembrou da mãe Giselda, que faleceu quando o atleta ainda era um garoto.
– A minha família toda vai estar. Minha filha, meu pai, amigos próximos. A única pessoa que não poderá ver será a minha mãe, que vai ver de camarote. Ela era apaixonada por futebol. Acompanhava o meu pai e o meu irmão quando eles jogavam. Seria um orgulho ela ver o filho dela fazendo gols no Mineirão.
Visivelmente emocionado, Fred se aprofundou na história da família e relembrou os bons momentos que viveu com a mãe.
– Perdi a minha mãe aos 7 anos. Ela me passou coisas boas para a vida. Foi companheira. Era uma mulher simples, mas de ótimo caráter. Gostava muito de futebol. Seria bom para ela ver o filhão jogando uma Copa, representando o Brasil inteiro. Onde ela estiver, ela está feliz. Estará todo mundo curtindo por ela no Mineirão.
Estreia no novo Mineirão
Na última vez que esteve no Mineirão, em maio de 2010, Fred deixou sua marca na vitória do Fluminense por 3 a 1 sobre o Atlético-MG. A partida aconteceu uma semana antes de o estádio ser fechado para obras para a Copa das Confederações e para a Copa do Mundo de 2014. Fred, portanto, ainda não atuou no estádio após a reforma.
– É a primeira vez no novo Mineirão. O ambiente certamente continuará o mesmo. Espero fazer mais gols. Vai ser ainda mais especial com a camisa da seleção brasileira – afirmou o jogador.
O atacante também aproveitou para comentar a promessa de protestos por conta da situação do Brasil horas antes do jogo contra o Uruguai, em Belo Horizonte.
– Nós jogadores falamos muito sobre os protestos. Sou a favor. O povo brasileiro é tão sofrido. Tudo que reivindica é justo. Mas sabemos que quebrar a cidade, vândalos, não é uma coisa legal. Somos contra isso. Espero que seja uma manifestação pacífica, sem confrontos. Estamos representando a Seleção e pedimos para que todos estejam unidos com o time e façam um canto só – disse o jogador. Fonte: globoesporte.globo.com