O time que surgiu de um desafio cresceu e virou uma escola de futebol de sucesso
Kátia Sleide
A história do Ajax DF, escolinha de futebol do Cruzeiro, começou com um grupo de apaixonados por futebol, que se reuniam no campo da quadra 207 da cidade, batizado por eles de Granja Comari. Encabeçavam o projeto de time os irmãos Alessandro Henrique Maciel, o Seco, e Diego Adriano Maciel.
Certo dia, o professor Carlos Augusto, que ministrava aulas de futebol no Ciman, escola particular do Cruzeiro/Octogonal, propôs um desafio: que reunissem os peladeiros para realizar uma partida contra a seleção do Ciman. Seco, na época, com 19 anos, começou a treinar os meninos para a partida. O resultado não foi o que muitos esperavam, pois perderam com diferença de dois gols.
Mas nesses desafios, sempre há a revanche e eles começaram a treinar seriamente para o segundo confronto. Conseguiram um empate e saíram de lá com a certeza de que teriam condições de montar uma forte equipe. “Embora os resultados tenham sido favoráveis ao pessoal do Ciman, para a galera, o fato de jogar no ginásio da escola que era referência na cidade, já foi o suficiente para que acreditassem no sonho de jogar futebol profissionalmente”, conta Alessandro.
A partir de então, Alessandro e Diego transformaram a grande brincadeira em coisa séria. Nasceu, então, em 6 de agosto de 1997, a Escolinha de Futebol Ajax Cruzeiro. E foi com a grande procura de pequenos moradores da região que os irmãos detectaram uma grande carência esportiva na cidade. “Muito se fala da ociosidade de jovens em todas as cidades, mas faltam ações que ofereçam opções de lazer para esses meninos”, reconhece Seco.
O projeto cresceu e hoje o Ajax atende crianças do Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal e Estrutural. São aproximadamente 800 alunos, com idades entre quatro e 17 anos. Alessandro, 33 anos, hoje é formado em Educação Física e cursa o mestrado na Universidade de Brasília (UnB).
Reconhecimento
Carlos Augusto, o professor de futebol do Ciman que fez o desafio, reconhece o talento dos meninos. Para ele, o time era surpreendente. “Eles falam que eu iniciei a história, mas na verdade, só comecei o desafio. O mérito foi todo deles, que são muito bons”, diz.
De geração para geração
De acordo com Alessandro Maciel, os meninos se apaixonam pelo projeto e, quando passam da fase, muitos acabam virando monitores. Atualmente, são 12 ex-alunos ajudando nos treinamentos. “Não tem um professor do Ajax que não tenha passado pelo time”, conta orgulhoso.
Pedro Horácio, 25 anos, está no Ajax desde o início. Ele foi um dos que enfrentaram a forte seleção do Ciman, em 1997. Como jogador, atuou até os 14 anos. Ele é um dos monitores da escolinha e se diz muito grato ao projeto, pois em um dos piores momentos de sua vida – quando fez quatro cirurgias para retirar um tumor do joelho – foi Alessandro e Diego que sempre acreditaram nele. “Os médicos me disseram que eu não iria voltar a jogar bola, mas o Seco acreditou em mim e após esse episódio triste, consegui voltar a atuar”, conta Pedro. “O Alessandro recuperou minha autoestima como jogador. Isso foi muito gratificante. Nunca vou esquecer”, declara.
Responsabilidade social
Conduzir um projeto como o do Ajax não é tarefa fácil. São muitas as necessidades, principalmente porque lida com crianças de várias esferas sociais e muitos dependem não só financeiramente, mas socialmente. Alguns empresários locais já contribuíram com a escolinha, porém, atualmente, somente o Quiosque Vôo Livre apoia. “A gente leva o nome do Vôo Livre com maior orgulho”, afirma Alessandro.
Seco ressalta a importância do apoio recebido pelo proprietário do quiosque, Enus Afonso de Oliveira, 57 anos. “Não é só a questão financeira, mas o carinho que ele tem com os meninos”.
O casamento entre Ajax e Vôo Livre tem tudo para ser duradouro, pois, para Enus, ver a alegria dos meninos não tem preço. “Fico com dó quando eles vêm para o futebol e a quadra está molhada. Correm tudo pra cá para pedir rodo emprestado para secar a quadra. Eu empresto e, logo em seguida, posso acompanhar a felicidade deles”, conta.
O proprietário do quiosque se emociona quando fala dos pequenos. “Às vezes, chego para trabalhar, e não os vejo aqui. Comento com Rodrigo, meu filho, que tudo fica muito sem graça sem os meninos do futebol por aqui. Eles alegram a paisagem”.
Ele recorda uma viagem que os pequenos fizeram a Minas e foram campeões. “Lembro quando eles chegaram felizes, e meu quiosque é que os recebeu. Foi uma festa maravilhosa. E agora, depois de seis anos de apoio, meu neto treina no Ajax e espero que com o Seco, ele faça um caminho promissor”.
A parceria começou por intermédio de Rodrigo de Oliveira, filho mais novo de Enus e seu braço direito no quiosque. “O Rodrigo conhecia o Seco e falou comigo que eles tinham um projeto bem bacana e que precisava de apoio. Não pensei duas vezes para ajudar. Hoje, sei o quanto é importante nosso apoio e se pudesse, faria mais ainda”, diz Enus.
Alessandro, o Seco, só tem a agradecer. “Independentemente do retorno financeiro, digo que deveria nascer uma penca de ‘Seu Enus’. A comunidade agradece”. Enus responde: “Tudo que a gente faz é porque acredita no trabalho que eles realizam”.
Vôo Livre: uma história de superação
Foi com muita perseverança que Enus Afonso de Oliveira montou seu quiosque. Ele começou há 25 anos, no Dia das Crianças, vendendo balinha e guloseimas para a meninada. Pouco depois, alguns vizinhos começaram a pedir que ele expandisse o negócio. Foi o que fez. Comprou mais mercadorias e uma geladeira, para atender os adultos.
A clientela foi aumentando e, hoje, o quiosque é um dos pontos de encontro do Cruzeiro, onde famílias inteiras se reúnem para curtir o fim de tarde, os fins de semana e assistir aos jogos do Ajax, nas três quadras.
Mas nem tudo foram flores. Não é possível contar a história do Vôo Livre sem citar as inúmeras vezes em que a família de Enus temeu perder o negócio, assim como muitas da região. Em um período, estava tudo bem e regulamentado. Porém, em outro, parecia que nada daria certo. Houve situação em que ficou por dois meses com as mercadorias apreendidas, aguardando liberação para trabalhar.
As dificuldades não pararam por aí. Inúmeras ações para retirar os quiosques davam sustos a todo tempo nos comerciantes e muitos perderam as forças para lutar.
“No começo, o quiosque era grudado a um guincho e fiquei sabendo que estavam acabando com tudo. Saí correndo e, para não ficar sem o meu negócio, deixei o quiosque lá no Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA)”, lembra Enus.
O tempo passou e com ele veio a estabilidade. Muitos comerciantes, assim como Enus, acreditaram e trabalharam para manter seu negócio. Nem todos conseguiram, mas o Vôo Livre é um dos estabelecimentos de sucesso do Cruzeiro.
“Depois de um tempo é que ficamos um pouco mais tranquilos. Hoje, recebo fregueses que vêm aqui há 25 anos. Fico feliz, pois, se eles voltam é por que devem se sentir muito bem aqui”.
Essas dificuldades e vitórias colocaram o Quiosque Vôo Livre no caminho dos idealizadores do Ajax. Essa parceria só tende a dar certo, pois a história de superação de Enus Oliveira só mostra aos idealizadores do Ajax, Alessandro Henrique Maciel e Diego Adriano Maciel, que sonhar é preciso e realizar é possível.
Bom,Eu Tenho Dez Anos Me Chamo Ana Laura E Gostaria De Saber Se O Ajax Aceita Meninas.
Sim, até onde sei, aceita. Vá na quadra, às terças e quintas, a partir das 18h30 e converse com o pessoal. Eles trenam nas Três Quadras, na Q. 1205 do Cruzeiro Novo.
Boa sorte!
Vocês tem telefone?Quakl a idade minima para o atleta?
sem eles aceitam
3 anos
3 anos de idade
Acho que só a partir de cinco anos.
Recado para o Alessandro:
Olá! Lembrou que amanhã, dia 20 de junho de 2014, começa o CineFoot?
Não sei bem como te localizar, mas mandei o convite para a abertura para o Luís Otávio (professor).
Tudo vai aoontecer no Centro Cultural Conjunto Nacional, na Ala Norte, Piso 3, do Conjunto Nacional. A Abertura é com o documentário Maracanã, uruguaio, e depois do filme a Embaixada do Uruguai oferece um coquetel.
Espero você lá!
A coordenadora de Brasília é a Ana-filha, que você conhece.(tem informações no Face)
Procure por ela e pelo Luís Otávio!
Abraços,até lá,
Ivany
qual e o telefone