Praticantes tiveram redução de dores, aumento da disposição e ainda reduziram a quantidade de remédios
Nas palavras de Maria da Paz Rodrigues, as águas da piscina do Centro Olímpico e Paralímpico de Samambaia são milagrosas.
Desde que começou a fazer hidroginástica na unidade, há três anos, ela reduziu a dose do medicamento para controle de pressão arterial e se viu livre de dores nas costas.
A disposição aumentou tanto que a aposentada ainda acumula energia para se dedicar a outra atividade: o caratê. Aos 70 anos, Dona da Paz, como é conhecida, é faixa vermelha na arte marcial.
“Toda vez que entro nessa piscina, sinto que rejuvenesço. É algo que faz bem para o corpo, para a alma e para mente”, elogia.
O testemunho de Dona da Paz é semelhante ao de milhares de idosos que praticam alguma atividade esportiva 100% gratuita nos 11 centros olímpicos e paralímpicos do DF.
Para a secretária do Esporte, Turismo e Lazer, Leila Barros, a inserção do idoso em atividades físicas tem por objetivo não só evitar a prevenção de doença, mas também fazer com que ele crie novos laços de amizade.
“É inegável que o esporte tem papel fundamental na promoção da saúde do idoso, mas também focamos no processo de sociabilidade dele.”
Leila ainda elogiou a equipe de profissionais responsável por manter o programa em pleno funcionamento. “Eles são o coração desse trabalho, pois fazem tudo com muita determinação e humor.”
De acordo com a Secretaria Adjunta do Esporte e Lazer, 3.380 idosos estão matriculados em aulas de hidroginástica ou educação física orientada.
Cada aluno pode frequentar as aulas duas vezes por semana. Há turmas nos turnos matutino, vespertino e noturno. Quem tem mais de 70 anos deve apresentar atestado médico.
“O esporte faz uma diferença enorme na vida dessas pessoas. Elas ficam mais motivadas, mais confiantes, têm mais qualidade de vida e até reduzem a ida ao médico”, diz o coordenador dos centros olímpicos do DF, Adriano Matos.
A turma da professora de natação e hidroginástica Magaly Ramos é sempre cheia. Com bom humor, muita música e movimentos estudados para a idade das participantes, ela conduz as aulas à noite.
Para Magaly, a maior satisfação é ver o progresso das pessoas. “Tem gente que entrou aqui e mal conseguia andar, e, hoje, percebemos uma evolução gigantesca. Isso não tem preço.”
A também aposentada Judite Vital, de 61 anos, é aluna da educação física orientada desde 2016.
Durante anos tomou remédio para combater a insônia, mas conseguiu abolir os medicamentos após os primeiros meses de prática de atividades físicas no Centro Olímpico de Samambaia.
Os benefícios vieram em avalanche: perdeu 3 quilos, deixou de sentir dores nas pernas e conseguiu aumentar o tempo de caminhada.
“Não tenho palavras para descrever o que significa este centro na minha vida. Vou viver mais e melhor graças a este lugar”, comenta Judite.
Vagas são abertas no primeiro dia de cada mês
Idosos interessados em participar das atividades em algum dos 11 centros olímpicos do DF devem procurar as direções das unidades no dia 1º de cada mês, quando as vagas são abertas.
O participante tem a matrícula cancelada caso falte três vezes consecutivas ou cinco alternadas em um mês sem justificativa.