2015Editorial

Devo não nego. Pago quando puder. Prática nada aceitável para o esporte

Nos últimos tempos, temos nos deparado com inúmeros casos de “calote” no setor esportivo. Uma hora é o governo que não cumpre suas obrigações e deixa de aplicar o dinheiro em áreas que deveriam ser beneficiadas. Exemplo disso é a falta de pagamento de alguns lotes do Boleiros, programa que custeia a arbitragem dos campeonatos amadores de futebol, organizados por ligas, em diversas regiões administrativas.

Em outro momento, assistimos de camarote a falta de dinheiro para investimento em programas que todos têm a convicção que beneficiam os atletas da cidade. A desculpa é sempre a falta de verba para tal. O que resta? Engolir seco e esperar uma outra oportunidade para pedir. Ou melhor, esmolar.

Não bastam todos esses problemas, vários profissionais esportivos ainda têm de lidar com a falta de responsabilidade de seus gestores, que insistem em pregar a prática do calote. Quem perde com isso? O esporte.

É vergonhoso chegarmos em pleno século 21 e ver que essas ações estão longe de chegar ao fim. Longe porque encontram apoiadores silenciosos, que pensam apenas em seu próprio benefício e aperta a tecla DANEM-SE para os demais.

Pior: além do péssimo costume, ainda são muitos os casos de perseguição com quem quer ver as coisas andarem no caminho correto. Geralmente, no Brasil, quem busca o lícito, a clareza, a lisura, é justamente o que é penalizado.

E mais: viram as costas, porque pessoa assim “incomoda”, “busca um milagre”, atrapalha o processo ilícito, grita aos quatro cantos e aponta o dedo na ferida. Ferida essa aberta por grupos que mais uma vez farei questão de citar: pessoas que só pensam no bem individual. O coletivo fica para uma outra oportunidade. Quem sabe no futuro!

Futuro esse que nos reserva muitas outras situações caóticas no esporte, porque a partir do momento em que usam essa importante ferramenta para se promover, realmente, não há em que se apegar.

Está passando da hora dos homens sérios darem as mãos e buscar seus direitos. Tirar do nosso convívio pessoas que só pensam em se beneficiar em cima do sonho do outro. Está passando da hora de a comunidade esportiva acordar e perceber que o caminho sempre será difícil. Porém, antes um caminho com percalços, mas com dignidade, com lisura, com transparência, que um  atalho simplificado e cheio de armadilhas e veneno.

“Antes um caminho com percalços, mas com dignidade, lisura e transparência, que um atalho simplificado e cheio de armadilhas e veneno”

Kátia Sleide
Editora-chefe

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