Investindo na formação de atletas

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Copa Brasília PSTC de Futebol de Base chega à 7ª edição, e atrai cada vez mais equipes de diversos locais do país

Augusto Fernandes
Especial para o Viver Sports

A ex-servidora pública Joanlides Henrique Silva sempre sonhou em se tornar jogadora de futebol. A sua paixão pelo esporte vem desde criança, e mesmo tendo que aturar preconceitos, de pessoas que diziam que “futebol é coisa de homem”, ela nunca deixou de cultivar o seu sentimento pelo futebol.

O seu desejo, contudo, não virou realidade. Sua vida tomou rumos que a fizeram deixar de lado a vontade de se profissionalizar no futebol. Mesmo assim, ela não esqueceu completamente do esporte mais tradicional do mundo. Dessa forma, Joanildes decidiu apostar em um torneio para revelar talentos, e fazer com que jovens consigam chegar no lugar que ela gostaria de ter chegado.

Foi assim que, em 2012, ela criou a Copa Brasília PSTC de Futebol de Base, com auxílio do Paraná Soccer Technical Center (PSTC), clube que surgiu em 1994 com o intuito de se tornar um centro esportivo para a formação de atletas profissionais. Realizado anualmente, o torneio é voltado para equipes sub-15 e sub-17. Neste ano, o campeonato chegou à 7ª edição, e clubes de diferentes estados do Brasil se interessam pela competição.

“Além dos clubes do Distrito Federal, vieram equipes do Amazonas, de Minas Gerais e do Goiás. Em edições anteriores, alguns times do Tocantins também participaram”, conta Joanildes. Além disso, ela explica que jogadores de outros estados, como Maranhão, Piauí e Rio de Janeiro, fizeram parte dos elencos dos clubes candangos. Na sua opinião, isso engrandece a competição. “O fato de recebermos equipes de outros estados mostra que já adquirimos respeito e credibilidade”, diz.

Para ela, a participação do PSTC é de extrema importância para o torneio. “Um observador oficial do PSTC acompanha toda a competição, e seleciona garotos para levar até o Paraná. Lá, eles fazem um trabalho mais específico e encaminham os atletas para os grandes clubes”, lembra. O objetivo dos organizadores é fazer com o que o campeonato alcance o mesmo nível de outras competições de futebol de base.

“A minha expectativa é que o nosso torneio se torne tão conhecido e respeitado como a Copa São Paulo de Futebol Júnior e a Taça Belo Horizonte de Futebol Júnior. O projeto da Copa Brasília PSTC foi idealizado para ser uma vitrine de divulgação e revelação de jogadores de futebol, assim como acontece com essas duas competições”, esclarece Joanildes.

Para a idealizadora, um dos diferenciais da Copa Brasília PSTC é a oportunidade de os atletas mostrarem o seu potencial sem precisar ir atrás das principais equipes do futebol brasileiro. “Nós criamos uma maneira para contribuir na revelação e formação de novos talentos. Estamos possibilitando aos jovens uma forma de eles realizarem o sonho de se tornar um jogador profissional. Esses meninos não precisam procurar os grandes centros. Eles evitam longas viagens, custos e desgaste físico”, ressalta.

Joanildes destaca que as categorias de base precisam de mais atenção, sobretudo no Distrito Federal. “Não vejo os times profissionais realizarem um trabalho de qualidade na base. Basta ver os clubes de Brasília que participam da Copa São Paulo. A maioria não passa da primeira fase. Além disso, os campeonatos da federação nas categorias sub-15 e sub-17 são realizados somente com oito equipes. Infelizmente, as pessoas que lutam com suas escolas de futebol precisam gastar do próprio bolso para manter seus projetos”, lamenta.

Participam da Copa Brasília PSTC, em cada categoria, 16 equipes. Todo o torneio é disputado em oito dias, e as partidas acontecem no Gama. Por ser uma competição curta, são realizados oito jogos por dia. O formato foi estabelecido para todas as equipes terem o mesmo número de jogos na primeira fase. Apesar dos desafios, Joanildes se sente orgulhosa do campeonato.

“Temos que planejar o congresso técnico e disponibilizar alojamentos para as equipes de fora. Mas é uma realização pessoal. É um trabalho que amo fazer. É gratificante saber que, através do meu sonho, muitos conseguem realizar os seus”, enfatiza.

O destaque da 7ª edição foi a equipe Pedras de Maria da Cruz (MG), que chegou às finais das duas categorias. No sub-15, os mineiros golearam o Gama, por 3 a 0. No sub-17, entretanto, o clube foi superado pelo BNT/Clube da Saúde (DF), que venceu por 4 a 1. Todos os jogos do torneio foram filmados, e as equipes receberam as gravações de cada partida da sua equipe. Além disso, as finais, disputadas no Bezerrão, foram transmitidas ao vivo pela internet. De acordo com Joanildes, mais de 136 mil pessoas assistiram as decisões.

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