O esporte, além de formar atletas e cidadãos de bem, também tem um poder imenso de instituir grandes amizades. São horas intermináveis de treinos e, independentemente da modalidade, são várias pessoas envolvidas no mesmo objetivo: dar o melhor e conquistar a vitória.
Essa convivência afeta positivamente os parentes de atletas. É muito comum ver famílias inteiras nas arquibancadas, acompanhando uma partida de futebol e torcendo por seus pupilos. Abraçando-se nas vitórias e nas derrotas. O que se estende a todas as modalidades.
Podemos chamar de uma nova formação de famílias, em que vários núcleos dividem suas conquistas e suas angústias, torcem uns pelos outros e se sentem tão próximos que acabam também dividindo suas experiências de casa, do trabalho, do cotidiano.
Outro dia, estava cobrindo uma modalidade e avistei uma família torcendo por uma determinada equipe. Perguntei por seu filho, que, teoricamente, estaria na disputa. A resposta é que o filho estava afastado por contusão, mas que estava ali para dar força ao restante do grupo, com a seguinte frase: “Estamos aqui porque somos uma família. O fato de X não está participando, não significa que abandonaremos os demais”.
Achei lindo! Comecei a observar e constatei que essas famílias se formam também com as dos adversários. É comum ver as torcidas divididas, mas se respeitando. Trocando ideias e informações. Desse modo, voltamos àquela velha questão de que os adversários não são seus inimigos. São apenas oponentes naquela determinada situação.
O que podemos tirar dessas situações é o respeito que existe e tem de haver entre os atletas, comissões técnicas e seus familiares. Reconhecer no outro apenas um adversário momentâneo é mais que ter maturidade, mas a consideração, por saber que todos estão ali com o propósito de um esportista. Vencer, mas, acima de tudo, valorizar os oponentes.
São essas famílias que se unem a um grande núcleo que merecem nossa consideração, pois são o ponto mais alto e principal para a formação de atletas “pessoas”. Aquelas que jamais entrarão em uma disputa com o propósito de machucar o adversário, de tirá-lo de uma competição a todo o custo. São indivíduos que não farão com o próximo o que não gostariam que fizessem com ele.
Alguns podem ter um outro pensamento e se munir de condutas contrárias às que estamos tratando aqui. Mas tenho muito orgulho de ver que a maioria se trata bem, com respeito mútuo e com o comprometimento de dar o melhor para o esporte sem passar por cima de ninguém. Parabéns às grandes famílias esportistas!