Skate na Veia: Com manobras radicais e superação, modalidade estreia nas 11ª Olimpíadas da Ceilândia

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Alunos de diversas idades disputam títulos na pista da praça dos Eucaliptos

Por Giovanna Reis
Fotos: Marcyo Pastore

No último final de semana, a Praça dos Eucaliptos, em Ceilândia, virou palco para a adrenalina, talento e muita cultura urbana. Com direito a manobras ousadas e a energia vibrante do asfalto, o skate fez sua estreia oficial nas 11ª Olimpíadas da Ceilândia, revelando atletas das categorias mirim, iniciante, master e amador.

Pequenos grandes talentos

A manhã de domingo foi aberta pela categoria mirim. Em meio aos aplausos e câmeras dos familiares, crianças com idade a partir dos cinco anos mostraram habilidade e coragem ao encarar os obstáculos da pista. Entre os destaques, Pietro, de 10 anos, conquistou o primeiro lugar com muito estilo e disciplina.

“Eu treino desde os cinco anos. Todo dia eu ando”, contou o pequeno campeão. A preparação para esta edição das Olimpíadas começou dois meses antes, mesmo enfrentando dificuldades por falta de estrutura para os treinos. “Não tem muita coisa [na pista onde treino], mas eu continuei”, disse Pietro.

A participação dos pais foi um ponto alto. Sebastião, pai de João e Gael, dois atletas mirins, celebrou a oportunidade: “É muito importante que mais Olimpíadas como essa aconteçam. Isso promove os atletas não só da Ceilândia, mas do Brasil inteiro.”

Da iniciação à persistência

Durante a tarde, foi a vez da categoria iniciante entrar em cena. João Arthur, de apenas 8 anos, impressionou com maturidade e reflexão. “Todas as manobras têm sua dificuldade. Todo mundo tem que aprender e cair. Se não cair, não aprende a levantar”, disse o atleta, que já anda de skate há quatro anos. “O skate é uma brincadeira, mas também é dedicação.”

Já entre os atletas da categoria master, a experiência falou alto. Jean Ludovic, o Larica, de 43 anos, voltou à ativa depois de um tempo parado por conta do trabalho. “Ando de skate desde os 15. Estar aqui é importante para mim e para a comunidade. O skate reúne, aproxima. Mesmo sendo no Dia das Mães, o evento tá massa. É isso que os jovens precisam: esporte e união.”

Skate como cultura e inclusão

A modalidade, além de performance e competição, também trouxe à tona temas como cultura de rua e inclusão social. Eduardo Altoé, skatista há 36 anos, jurado e um dos produtores do evento, destacou o papel transformador do esporte.

“As Olimpíadas mostram a importância do skate como inclusão. É uma forma de dar oportunidade à nova geração, mostrar que existe um caminho, que dá pra seguir uma carreira. O skate é de rua e precisa ser reconhecido como parte da nossa sociedade”, declarou Altoé. 

Ainda assim, os desafios não ficam apenas nas manobras. A falta de apoio e os custos do esporte são obstáculos frequentes. “Manter-se no skate não é fácil. Gasta tênis, peças, tudo. E nem sempre temos apoio para continuar”, explicou o coordenador do Skate.

Apoio e parcerias que impulsionam

A estreia do skate nas Olimpíadas contou também com o apoio de marcas como Monster Energy, SW Studio, Over Street e Punk Skate Shop, que além de patrocinarem o evento, também garantiram brindes e incentivos aos atletas.

Wilson, coordenador da SW Studio, uma escola de barbearia que atende projetos sociais, menciona que a escola atende mais de duzentas ações sociais em um ano, “já são mais de mil e sessenta desde 2008, são mais de cinco a seis mil pessoas atendidas por ano. A gente tem parcerias com ongs, escolas, igrejas, para contar o cabelo. E também muitos órgãos públicos, polícia militar, SES, todo mundo que chama a gente, nós estamos dentro”.

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