Aonde será que foi parar a tolerância de algumas pessoas?

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Kátia Sleide Editora-chefe
Kátia Sleide
Editora-chefe

São muitos os problemas recorrentes que o povo brasileiro enfrenta. Não importa a área, vivemos com a expectativa de que tudo dará certo, que as coisas se ajeitarão em seus devidos lugares. Porém, o fato de continuar esperançosa, não significa que não me indigne com algumas situações. Muito pelo contrário, tem horas que mordo os lábios com tamanha insatisfação.

E quantos não têm a mesma sensação? Acredito que milhões. Mesmo assim, por mais que não consigamos ver melhorias, por mais que não tenhamos esperança na Justiça e que acreditamos que a impunidade reinará, nada disso dá o direito de perder a razão e partir para o ataque, seja de quem for.

No início do mês, o país se viu atônito com a notícia de que a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, foi espancada por um grupo de moradores do Guarujá-SP, e veio a falecer. Ela foi confundida com uma suposta sequestradora de crianças. Segundo notícia compartilhada por uma página do Facebook, a sequestradora praticava rituais de magia negra.

Nem mesmo esse ato tão impensável e cruel foi capaz de mexer com algumas pessoas, que continuam nas redes sociais buscando justificativas ou culpados para tamanha barbárie. Culpam jornalistas, a mídia em geral. Culpam o Estado, os políticos. Culpam qualquer um.

Gente, não há justificativa para tal ato. O fato de vivermos em um país com inúmeros problemas, não dá o direito a ninguém de querer fazer justiça com as próprias mãos. O nome disso é intolerância. Intolerância essa que pode se agravar durante as eleições. E chamo a atenção porque a coisa está ficando grave.

Nesta semana, discordei de um jornalista, que “torce” para um partido político, e ele simplesmente me bloqueou no facebook. Como se isso fosse um castigo para quem o desafia. O nome disso é intolerância, falta de argumento para discutir e ausência de respeito para com a opinião do outro.

Não me faz falta alguma, ao contrário. Agora, não vejo mais tantas besteiras publicadas e não preciso me coçar para responder. Mas abre um alerta, sim. Esse profissional, que é da imprensa, joga toda a população contra a Globo, contra qualquer outro político que não seja do seu partido de torcida.

Cuidado, pessoal! É preciso receber a informação e processar. Não tome atitude sem antes pensar, pois a chance de a coisa fugir do controle é altíssima. No período eleitoral, sabemos que a cidade vai ferver, mas vamos manter o respeito mútuo, pois é possível se expressar sem ofender, sem agredir e sem incitar a violência.

“A partir do momento em que se coloca uma questão em discussão, é preciso ouvir, processar e respeitar. Mesmo que sua opinião seja contrária”

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