Há duas edições passadas, falamos sobre a importância da hidratação para os atletas amadores que têm escolhido a prática da corrida de rua para promoção de saúde e bem-estar. Nesta edição, vamos tratar de um outro fator fundamental: a disponibilidade de nutrientes para um funcionamento efeiciente da musculatura esquelética.
Mesmo cercado de cuidados como a realização de um check-up e a elaboração de uma dieta específica, feita por um nutricionista, e treino adequado, é preciso estar atentos às respostas fisiológicas do nosso corpo durante a atividade física, pois elas refletem, tardiamente, a real necessidade de substratos durante a prática esportiva, conduzindo o organismo a um processo conhecido como fadiga muscular – definida por Santos e colaboradores (2003) como decadência dos processos bioquímicos e contráteis do músculo, devido à depleção dos substratos energéticos e o acúmulo de metabólitos. Esse acontecimento leva a musculatura esquelética a apresentar falha ou limitação de um ou mais componentes da unidade motora.
E, para proteger a integridade das fibras musculares, o músculo entra em fadiga, antes que ocorram lesões mais agressivas.
Durante um exercício físico, a atividade metabólica do músculo e a produção de calor podem chegar a cem vezes mais do que em repouso. Esse aumento de temperatura pode causar desequilíbrios eletrolíticos, principalmente em atletas que praticam exercícios de longa duração. Isso ocorre devido ao excesso de sódio eliminado pelo suor (hiponatremia). Em certas condições de exercício, a ingestão excessiva de líquidos pode resultar em condição de hiponatremia, ou “intoxicação pela água”.
A hiponatremia acontece quando a concentração de sódio sérico cai drasticamente. Os sintomas variam de leve cefaléia, mal-estar, náuseas, cãibras e pode chegar a crises convulsivas, coma, edema pulmonar e até à morte.
Logo percebemos que tão importante quanto manter a hidratação é necessário também um adequado equilíbrio eletrolítico, visando uma boa performance e preservação da saúde do atleta durante a realização de suas atividades físicas. Para isso, o nutricionista pode se valer de bebidas, enriquecidas com glicose, especialmente produzidas para este fim.
Uma dieta adequada pode reduzir a fadiga, melhorar a qualidade do treinamento e proporcionar uma recuperação mais rápida entre as seções de treinamento, além de reduzir a possibilidade de carência nutricional. Devido a esses aspectos, a nutrição no meio esportivo vem cada vez mais firmando seu espaço frente à treinadores e atletas, evidenciando sua contribuição para o esporte saudável.