Que país é este onde atletas de ponta recebem bolsa atleta do governo?

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É sempre muito gratificante ver nossos atletas chegarem ao lugar mais alto do pódio. Melhor ainda quando consolidam suas carreiras, seja qual for a modalidade.

Sabemos que no Brasil muito pouco é feito para ajudar nossos heróis esportistas e, por isso, o sucesso, quando alcançado, é motivo de lágrimas de emoção. A realidade é dura para esse grupo e se torna mais ainda quando nos deparamos com injustiças.

A história que trataremos nesta edição foi publicada no blog do jornalista Daniel Brito (blogdobrito.blogosfera.uol.com.br) e causa indignação pelo oportunismo de alguns atletas e pela falta de critérios do Ministério do Esporte.

O fato em questão trata do caso de alguns atletas que foram contemplados pelo programa Bolsa Atleta, do Ministério do Esporte. Pasmem, entre eles está o ala-armador Leandrinho, do Golden State Warriors, que tem contrato com o clube de UR$ 2,5 milhões para a temporada 2015-2016. Ou seja, os mais de R$ 9 milhões (conversão da moeda estrangeira para a brasileira) que o atleta vai receber não são suficientes e ele terá uma ajuda de custo de R$ 3,1 mil mensais do governo federal.

Leandrinho não está só. O armador Raulzinho, do Utah Jazz, também foi contemplado. Ele recebe um pouco menos, apenas US$ 900 mil pela temporada. Ou seja, R$ 3,4 milhões. Raulzinho terá sua renda completada pelo bolsa atleta, mais R$ 3,1 mil por mês.

Também na lista estão o mesa-tenista Hugo Hoyama; a ponteira Sheilla, da seleção de vôlei e do Vakifbank, da Turquia; Lucas Saatkamp, o Lucão do vôlei; Dani Piedade, do handebol; entre outros atletas.

O programa, segundo informações do blog, beneficia 5.7 mil atletas de modalidades olímpicas e paraolímpicas e custa R$ 80 milhões aos cofres da União. Ainda de acordo com Daniel Brito, “não é o governo quem escolhe os nomes. A iniciativa parte do próprio atleta. É ele quem tem que reunir toda documentação necessária como RG, CPF, comprovante de que não largou a carreira, e de que participou do campeonato e atingiu determinada colocação para receber a verba. A confederação de cada modalidade, neste caso de Leandrinho e Raulzinho, a do basquete, também precisa contribuir com a documentação do atleta, homologa o pedido com a assinatura do presidente da entidade, e encaminha para o Ministério do Esporte”.

Neste caso, não sei o quem é pior: o Ministério do Esporte, que não tem compromisso em selecionar quem de fato deveria; se a legislação, que quase nunca beneficia os que realmente estão na fila e necessitam de um apoio; ou os referidos atletas, que sabem muito bem que estão tirando a oportunidade de outros muito, mas muito mais necessitados. Pode até não ser ilegal, mas é no mínimo imoral.

“Atletas consagrados mundialmente serem beneficiados por programas
do governo é para dar um murro no estômago de quem luta,
sem apoio algum, para formar novos talentos brasileiros.
Não é ilegal, mas não deixa de ser imoral”

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