Ginasta já está classificada, só falta recursos para conseguir participar do Mundial, nos EUA
Jussara Resende
Especial para o ViverSports
A mistura de ginástica rítmica, ginástica artística e acrobacias de circo resultam na ginástica acrobática, esporte que Lílian do Carmo Lima escolheu para praticar.
A atleta começou a fazer ginástica artística com quatro anos de idade e, aos oito, experimentou a rítmica, modalidade que ficou por seis meses. Em julho de 2008, a professora Márcia Janete Colagnese, da Federação de Ginástica Acrobática a convidou para fazer parte de sua equipe.
Hoje, com 14 anos, a ginasta coleciona 31 medalhas e troféus. No fim do ano passado, os 17 ginastas do DF participaram, em São Paulo, da seletiva para o Mundial de Ginástica Acrobática, onde foi formada a 1° Seleção Brasileira de Ginástica. O campeonato acontecerá na cidade da Flórida, Estados Unidos, entre 12 a 19 de abril deste ano, e Lílian pode não participar da competição por falta de patrocínio. “Fiquei tão feliz com a classificação, que demorei a acreditar”, declara a atleta.
Para Márcia Janete, o resultado é fruto de muito empenho e dedicação das técnicas e dos ginastas, que treinaram quatro horas por dia, de segunda a sábado, durante todo o ano. “Lílian é uma ginasta muito dedicada e talentosa, demonstra muito amor”, relata a técnica.
Lílian treina no Centro Interescolar de Educação Física (CIEF), na 909 Sul. A estudante da 8° série da escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, onde conquistou uma bolsa de estudo, sai de casa às 5h30 e só retorna às 20h, depois do treino. “Chegar ao Mundial significa muito, lutei para conseguir. Quero ser reconhecida e mostrar a importância do esporte”, diz Lílian.
Segundo Márcia, agora técnica das seleções da cidade e Brasileira, a maioria das atletas de Brasília não tem condições financeiras para custear a viagem e, até o momento, não houve nenhum incentivo do Governo ou patrocínio que venha ajudar os ginastas.
A atleta mora com a mãe e dois irmãos, na casa da avó, em Ceilândia. A doméstica Juvessi do Carmo Lima, 51 anos, mãe da ginasta, recebe um salário de R$ 600 que dá apenas para sustentar a família e não pode assumir os gastos com a viagem da filha, que ficará em torno de R$ 5 mil.
“Utilizei meu 13° salário para pagar a taxa de inscrição e o visto, mas não tenho condições de pagar a passagem, estadia e alimentação”, lamenta Juvessi, mãe de Lílian.
A família de Lílian do Carmo e a técnica Márcia Janete já tentaram conseguir ajuda da Secretaria de Esporte do Distrito Federal, mas até o momento, não obtiveram resposta positiva.
De acordo com a assessora de imprensa da Secretaria de Esporte do Distrito Federal, Fabíola Pessoa, “o órgão está procurando meios legais de ajudar toda a equipe de ginástica acrobática do Distrito Federal”.