Há 16 anos, o Núcleo de Base de Futebol G-10, em Sobradinho II, constrói histórias de cidadãos do bem
Uma filosofia diferente e que deu certo. O Núcleo de Base de Futebol G-10 nasceu em agosto de 1996. De lá para cá, muita bola rolou, inúmeras conquistas, algumas decepções e várias histórias marcantes. A escolinha nasceu por intermédio de Gilberto Lopes de Araújo. Ele sempre foi ligado ao amador adulto, mas, com o tempo, resolveu migrar para a base, que iniciou com quatro categorias – Sub-10, Sub-12, Sub-14 e Sub-16. De um tempo para cá, também conta com a Sub-20. Todas as categorias têm treinadores voluntários.
São mais de cem alunos atendidos na escola de futebol e certos de que ali não se apega a expressões, como carente. “Nossa filosofia de trabalho está baseada na educação e esporte. Tiramos de nosso vocabulário a palavra carente. Eles podem correr, sonhar e conquistar. Além disso, são saudáveis, então, são ricos”, acredita Gilberto Lopes.
A escola é uma oportunidade de manter os jovens longe das drogas e de outras situações de risco e também uma alternativa para manter as famílias unidas. “Trabalhamos com três focos: esporte, educação e família e a gente cobra muito a presença dos pais. Quando os meninos são pequenos, eles costumam acompanhar de perto, porém, quando as crianças crescem, são poucos os que continuam na cola”, diz.
As dificuldades são muitas, mas as barreiras são sempre vencidas. “Se não fossem as amizades, não conseguiríamos atingir o estágio que estamos. Há muitos voluntários envolvidos na escolinha e por isso somos vitoriosos”.
Além disso, há um monitoramento especial para os meninos mais problemáticos e que dá certo. “Fiz um balanço desses mais de 15 anos de trabalho e posso contar nos dedos meninos que passaram por aqui e se envolveram com criminalidade. E os que a gente não conseguiu evitar, até hoje, mantêm o respeito”, conta Gilberto.
Transformar todos os atletas em profissionais é impossível e os colaboradores e envolvidos no G-10 sabem disso. Por isso, Gilberto contabiliza mesmo são os casos de sucesso na vida. “Tenho cinco atletas que estão fazendo faculdade de educação física e outros que estão em outros cursos. Melhor ainda, jogadores que já estiveram no G-10, agora, mandam seus filhos para treinar conosco”.
Há muitos momentos importantes registrados por Gilberto e todos colaboradores do Núcleo de Base G-10, mas as conquistas são as que mais marcam. “A vitórias, os títulos são muito importantes e me encantam muito, pois massageia o ego dos meninos”, diz Gilberto.
Incentivo
Gilberto alerta para a falta de incentivo público, pois, para ele, “o governo poderia fazer mais para o amador, e representaria muito pouco para os cofres”. O coordenador acredita que se houvesse uma subsecretaria para atender o esporte amador, as coisas fluiriam melhor e muitas outras ações junto às comunidades poderiam ser executadas.
Unidos pelo futebol de base do Distrito Federal
O G-10 conta com um time fantástico de colaboradores – os preparadores físicos Rafael Campelo Lopes e Thiago Saraiva Novaes; Filipe Campelo Lopes, monitor; Welberty da Conceição, apoio; Gilberto Lopes, coordenador; Overman Rodrigues, colaborador e conselheiro; Jeferson Silva Faria, empresário que fornece lanche para todos os atletas, inclusive seu filho, que treina na escolinha; Joaquim Barbosa Sobrinho, socorrista e massagista; Ubiraci Francisco Sobrinho, conselheiro; Claudio Baptista, treinador da Sub-12; Hamilton Avelino Alves, treinador da Sub-16; Gilson Neris, treinador da Sub-14.
Além dos cidadãos que prestam serviços
voluntários, o time tem o apoio de algumas instituições, como a Associação dos Funcionários do CNPq (Ascon); AutoShow; Pirâmide Agropecuária; e Mazza Malhas. Como patrocinadores: Over Malhas; Sabor de Minas; Minas Malhas; Forno de Minas; A Silva Confecções; e D-Masters Indústria e Comércio.
Ubiraci Francisco sobrinho, um dos membros que trabalham e apoiam o G-10, é categórico quanto à satisfação das ações do time. “Saíram do Distrito Federal muitos atletas vitoriosos, como Washington, Dimba, Varley, Sandro e outros. Queremos levar esses exemplos aos mais jovens”, afirma Bira.
Não fazemos essas coisas no G-10 porque queremos levar os atletas para outros clubes e, sim, porque estamos formando homens de bem”, diz Ubiraci.
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