A discriminação será um comportamento que não terá espaço durante os jogos da Copa do Mundo em Brasília. O GDF lançou na terça-feira (10) a campanha “Copa sem Racismo”, que tem o objetivo de sensibilizar a população do Distrito Federal e os visitantes durante o Mundial sobre o crime. As vítimas serão orientadas a registrar denúncia nas delegacias e no 156, opção 7, serviço criado pelo governo em março do ano passado. O projeto ainda oferece orientação jurídica e psicossocial por meio de parceria com a Defensoria Pública e o Ministério Público do Distrito Federal.
“Estamos aproveitando a oportunidade de grande visibilidade para avançarmos com a consciência. Não podemos fazer uma Copa que nos orgulhe se há racismo. Esta campanha é uma forma concreta de enfrentar essa situação”, disse o governador Agnelo Queiroz, que participou da cerimônia.
O comando da Polícia Civil também disponibilizará unidades policiais próximo aos eventos esportivos: 5ª DP (Asa Norte), 12ª DP (Taguatinga Centro), a EQ 3/5- Área Especial (Setor central – Taguatinga), 14ª DP (Gama) e Delegacia Móvel (ônibus que estará na FIFA Fan Fest).
Durante o Mundial, a Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial (Sepir) atuará em áreas estratégicas como Aeroporto, Torre de TV, Rodoviária do Plano Piloto, Rodoviária Interestadual e FIFA Fan Fest. Nesses locais, observadores capacitados distribuirão materiais informativos e poderão identificar a prática de racismo.
“Temos observado muitos casos de racismo no esporte, no Brasil e no mundo. O objetivo da campanha é informar turistas e brasilienses de que temos legislação que pune o crime”, disse o secretário da Promoção da Igualdade Racial, Veridiano Custódio.
Pelo Disque Racismo, o 156, opção 7, é possível registrar o caso e acompanhar o processo. A notificação do crime também pode ser feita presencialmente e pelo e-mail ouvidoriaracial.sepirdf@gmail.com.
Balanço
Desde março de 2013, quando foi criado, até maio deste ano, o Disque Racismo recebeu 11.775 ligações. Desse total, 153 foram caracterizados como casos de racismo e encaminhados ao Ministério Público do DF para apuração.
A Sepir acolhe as denúncias, registra os dados pessoais, garante o sigilo das informações, enviam aos órgãos pertinentes, informa a vítima sobre os encaminhamentos e providências, além de acompanhar e monitorar o andamento para a rede de proteção, defesa e responsabilização.
Estavam presentes na cerimônia de lançamento da campanha representante de diversas entidades como o Candomblé, os movimentos ciganos e centrais de comunidades tradicionais como a Afrocom.
“Sempre lutamos sozinhos contra o preconceito. É essencial ter apoio do governo”, disse o Pai Aurélio de Odé, representante do Candomblé.