O Parque da Cidade de 40 anos atrás, em um rico acervo

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Parceria inédita entre a Secretaria de Esporte e o Arquivo Público do DF resgata documentos históricos da criação do espaço público de recreação

Fonte: Secretaria de Esporte e Lazer do DF

Houve um tempo em que um trenzinho circulava pelos 12 km da pista interna do Parque da Cidade Sarah Kubitschek. Eram os anos 1980, e o pequeno veículo fazia a alegria de crianças e adultos. Lentamente, percorria o caminho, com 16 paradas obrigatórias, localizadas próximo aos equipamentos ou estacionamentos. E assim, com muito charme, integrava os espaços do parque.

Hoje, o trenzinho não funciona mais. Foi aposentado no início da década de 1990. A pista em que ele circulava é, agora, ocupada por pedestres que fazem caminhadas, corredores e atletas que se exercitam, jovens que andam de patins ou por aqueles que querem simplesmente curtir o local.

Essa pista já tem até uma ramificação – uma “irmã” mais nova que serve especificamente aos ciclistas. Com uma extensão de 10 km, a ciclovia tem mão dupla, sinalização e um movimento excepcional de atletas e amantes da modalidade em geral.

Com uma área de 420 hectares, medida equivalente a cerca de 420 campos de futebol – dimensões que o caracterizam como o maior parque urbano da América Latina –, o Parque da Cidade é um significativo cartão-postal de Brasília. Mais de quatro décadas depois de sua inauguração, em 12 de outubro de 1978, o trenzinho, os pedalinhos, o foguete, a Piscina com Ondas e o Castelinho permanecem vivos na memória de milhares de pessoas que curtiram essas atrações. A história desses equipamentos está conservada no Arquivo Público do Distrito Federal. O órgão tem um acervo com documentos textuais, audiovisuais, cartográficos, entre outros formatos.

Acordo de Cooperação

Com o objetivo de resgatar a memória do Parque da Cidade, a Secretaria de Esporte e Lazer (SEL) e o Arquivo Público firmaram um Acordo de Cooperação. A parceria inédita vai permitir que os dois órgãos trabalhem juntos para buscar imagens e documentos que retratem o local, desde a sua criação.

“Essa parceria é essencial para o resgate histórico do parque”, avalia a secretária de Esporte, Giselle Ferreira. “A união dos dois órgãos vai permitir também que a reforma dos equipamentos seja feita mantendo a fidelidade, de acordo com a planta original.”

De acordo com a secretária, com os investimentos do Governo do Distrito Federal (GDF) em reformas no Parque da Cidade, a SEL precisou obter as plantas baixas dos equipamentos. Esse material, no entanto, somente se encontra disponível no Arquivo Público do DF.

Com as plantas originais, os engenheiros poderão verificar como determinados equipamentos foram projetados. Fotos antigas do foguetinho, no parque Ana Lídia, por exemplo, indicam que atualmente ele se encontra sem os escorregadores originais. Já o Castelinho teve os antigos tijolos pintados e não tem mais a areia que circundava a edificação.

É importante o resgate das plantas arquitetônicas também pelo valor histórico. Muitos desses documentos têm a assinatura de Oscar Niemeyer, que fez o projeto do parque; de Burle Marx, responsável pela obra paisagística, e de Lucio Costa, que desenvolveu a área urbanística, além de Athos Bulcão, autor dos projetos dos azulejos.

Exposição

A parceria entre a SEL e o Arquivo Público também terá como desdobramento uma exposição de fotografias. “Estamos à disposição para resgatar a história de um dos pontos mais queridos do brasiliense”, esclarece o superintendente do Arquivo Público do DF, Adalberto Scigliano. “São centenas de imagens e milhares de plantas, em um acervo de oito milhões de itens.”

O Parque da Cidade recebe 100 mil pessoas, em média, durante os fins de semana. “Até aumentou o número de frequentadores, depois da pandemia”, avalia o administrador do local, Silvestre Rodrigues da Silva. “O parque está bastante limpo, é agradável e tem muito espaço. As famílias estão fazendo piquenique em todos os espaços”.

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